sábado, 30 de dezembro de 2017

Olhos de Alfama



Minha alma, minha fama, roupas minha Alfama jogadas ao Tejo. Amarrotadas de solidão, ruas e sol, sobre as pedras o caminho entre cores, a chuva absorve o olhar. O seco da boca, a dor dos pés, a trilha que leva do lado de lá da ponte. A ladeira dos sonhadores, o comboio leva a dor das paixões, o fado a cantar, música ao léu, um corredor de flores, dor que molha e seca na Alfama. Três nomes no pensamento:  Partir, Voltar, Nadar.  Um longe, um perto, o sonho que dorme e acordes da viola nos passos que some no alto da cidade. Todos os olhares ao rio, um dia morei em ti. O que une e separa é o oceano que penetra no Tejo até a dor dissipar o medo do passado.

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