“Um borrão. Um claro. Claro obscuro. Ora um. Ora outro.” Samuel Beckett
De todas as cores, de todos os sons, nem espaço existe
para se deixar de pensar. Todos os números dão a exatidão, exatamente no plano abstrato
onde o real aparece na representação. A única certeza está no código: a
precisão infinitesimal percorre o tempo sem trégua para o olho do observador.
Aí pensei, e se eu pudesse discorrer até o fim do mundo? Pensei que o
tempo pudesse dar uma trégua aos corações libertários, que os deixassem parar um
pouco no instante infinito do prazer, que a realidade pudesse ser a mesma da
eternidade da metamorfose [...] Viral, correr dos sons possa se transformar em
signos do escape total do Real. A maneira de percorrer o outro lado da vida é
não deixar de viver, eu sei. Armei mais um truque para me manter aceso ao
próximo século como uma lanterna à deriva no mar. Se tornar-me imortal − juro, darei
um jeito nisso, voltarei a comer glúten. Promessa de leitor!!!