António Paim
Fujo do gerúndio como a expressão mais hegeliana do
Ocidente foge de um acento − idéia é ideia − e não se discute mais, aliás, se
recorta sempre as asas das leis punitivas que dizem que escrever como se
escrevia no século passado, hoje, será punido.
Enquanto
isso, na escola tecnológica boa parte do mundo escreve com se nunca existisse
língua nenhuma, se inventou uma linguagem para não se dizer nada. O mundo é o
resquício daquilo que se pensou, que “linguou”. A linguagem é a melhor definição
para se pensar, para esquecer, mas nunca é a melhor maneira para deixar morrer
o português. Já o fim do livro, isso não me interessa, deixo aos editores e
livreiros saudosos do cheiro do papel.