O Quarto 666 de Win Wenders. Godard em depoimento.
Deixei o último post de 2008 para o autor que é um dos que mais me influencia na maneira de pensar a literatura, ao Paul Auster. A literatura de Auster não tem a proposta de reparar a realidade impossível e não é o autor que irá compensar essa perda. A narrativa não lamenta, não chora o mundo que o autor gostaria que existisse e nem idealiza o melhor dos tempos perdidos. A metáfora não é para mostrar ao mundo o quanto a humanidade anda perdida, mas sim para perder o leitor na forma como o autor escolhe o acaso para passar com seus personagens no imaginário que encontra no cinema, na literatura, no pensamento uma forma de refletir a condição humana.
“O mínimo possível. Fico melhor se reservo meu pensamento e minha memória para o dia. Na maior parte do tempo, à noite, fico narrando uma história para mim mesmo. É isso que eu faço quando não consigo dormir. Fico deitado no escuro e conto histórias para mim mesmo.”(p.153)
“O real e o imaginário são um só. Pensamentos são reais, mesmo os pensamentos sobre coisas irreais. Estrelas invisíveis, céu invisível. (...) Toque em mim, alguém, toque em mim. Ponha a mão no meu rosto e fale comigo...”(p.162)